Prezados Associados e Amigos do Yacht Club de Ilhabela,
Atravesso o momento mais tormentoso de minha vida.
A lancinante dor que vem me corroendo incessantemente, nesses dias espetaculosos em que vive o país, ocorre em função da mais ignominiosa difamação que se tenta perpetrar contra minha honra: a mentira de me atribuírem práticas ilícitas e de me considerarem partícipe de operações fantasiosas e adredemente preparadas.
Na imediatez de rasos prejulgamentos midiáticos, do dia para noite, extermina-se uma reputação arduamente construída ao longo de uma vida, em verdadeira condenação de morte civil sem direito de defesa.
Digo e repito que nunca na minha vida de 57 anos de profissional liberal, trabalhando como advogado e militando na vida empresarial, fiz carreirismo, pratiquei desonestidade, realizei operações ilegais de qualquer espécie. Nunca vi e ouvi tanta desfaçatez, calúnias, difamação, mentiras, e perniciosas ilações, sempre sem qualquer elemento de prova minimamente aceitável.
Porém, a instituição que tanto amo, o nosso Yacht Club de Ilhabela, não pode, de forma alguma, ser afetada por questões particulares de um dos seus membros condutores. Nos últimos 4 anos de minha vida, dediquei-me com afinco e abnegação para um conhecido objetivo em plena marcha de realização: tornar nosso YCI o melhor clube náutico da América Latina.
Poucas não foram as realizações. Das visíveis obras de modernização e melhoria dos serviços aos associados em nossa sede em Ilhabela (espaço de eventos, nova piscina, nova torre de rádio costeira, píer da subsede de São Sebastião) a uma gestão compromissada com a eficiência, transparência e competência dos gestores que nomeei para cada área do clube, aos quais tenho convicção que sempre dei todas as condições para exercerem suas tarefas de forma independente e mais eficiente possível. Há, no entanto, muita coisa a ser feita para que nosso objetivo seja, enfim, atingido. O clube não pode esperar a justiça, a qual, sabidamente, é letalmente tardia em nosso país.
A força do meu caráter me inspirará a seguir adiante, de cabeça erguida, no extraordinário esforço que terei de fazer para resgatar os valores e os princípios com os quais sempre pautei minha existência: amor à família, trabalho, dignidade, honestidade, lealdade, culto às nossas tradições e o progresso de nossa Pátria. Acredito na Justiça brasileira e tenho convicção que, ao final de um processo em que eu possa exercer meu pleno direito de defesa, minha inocência será reconhecida.
Que isso fique registrado na consciência de cada um e nos anais do YCI.
Face a esse compromisso, não tenho condições de desempenhar a contento as imensas tarefas que os companheiros depositaram sobre os meus ombros.
Renuncio, pois, dolorosamente, ao honroso cargo de Comodoro do Yacht Club de Ilhabela.
Saúdo os queridos amigos e desejo ao futuro Comodoro sucesso em sua missão.
Ilhabela, 13 de abril de 2018.
José Yunes